Jornal Diário — As queimadas em Tupã apresentaram alta de 55,55% entre os dias 1º de janeiro a 3 de junho deste ano, na comparação com igual período do ano passado.
Segundo dados do programa de queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), entre os dias 1º de janeiro a 3 de junho de 2023, foram registrados nove focos de queimadas no município. No mesmo período deste ano, foram 14.
Nas últimas semanas, o município foi atingido com novos focos de queimadas que poderão aumentar nos próximos meses devido à estiagem e o tempo seco.
Na região Leste, por exemplo, moradores já registraram novas queimadas, como aconteceu recentemente no Conjunto Habitacional “Jammil Dualibi”.
Um morador que preferiu não se identificar, disse que o terreno atingido com um incêndio está localizado às margens da vicinal Tupã/Queiroz, o que torna o trânsito na região ainda mais perigoso. “O terreno fica bem na entrada do ‘Jammil Dualibi’, próximo de casas e oficina de carros. Esse incêndio fez muita fumaça e queimou muita árvore”, disse. “O lugar vive cheio de insetos e até escorpião. As pessoas colocam fogo porque a prefeitura não tira o mato”, acrescentou.
Vale lembrar que apesar da falta de serviços da prefeitura, a população não pode atear fogo para reduzir o mato desses terrenos porque se trata de uma prática criminosa, prevista na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Infelizmente, a falta de manutenção do poder público nesses espaços também é um dos motivos que aumenta a reincidência desses casos.
O mesmo também acontece em terrenos particulares, onde muitos moradores ateiam fogo para acabar com o mato, lixo, animais peçonhentos e transmissores de doenças que se abrigam nesses espaços. Com a falta de fiscalização da prefeitura, muitos aproveitam para atear fogo em terrenos baldios em plena luz do dia, inclusive, em imóveis no centro da cidade.
Qualquer prática como essa deve ser denunciada seja na ouvidoria da Prefeitura de Tupã pelo telefone 0800-773-1600, ou no Corpo de Bombeiros, pelo telefone 193.
Estado de São Paulo
Os dados do Inpe mostram que no Estado de São Paulo a situação das queimadas é ainda pior. O aumento de queimadas foi de 170% no período analisado. Entre os dias 1º de janeiro a 3 de junho de 2023, foram registrados 7.276 focos de queimadas no território paulista. No mesmo período deste ano, foram 19.701 – um aumento de 12.425 casos.
Segundo pesquisadores, a influência do fenômeno El Niño, que aquece as águas do Pacífico e reduz a quantidade de chuva no continente, é uma das explicações para o aumento no número de queimadas. Mas esse recorde tem relação direta também com o desmatamento.