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Aos 70 anos, técnica de enfermagem divide o trabalho de 3 décadas em maternidade com rotina de estudos: ‘Determinação’

Marta, que é carinhosamente conhecida como Martinha pelos colegas, trabalha há mais de 30 anos na maternidade em Bauru — Foto: Arquivo pessoal
Marta, que é carinhosamente conhecida como Martinha pelos colegas, trabalha há mais de 30 anos na maternidade em Bauru — Foto: Arquivo pessoal

Aos 70 anos, a técnica de enfermagem Marta Brito vive uma rotina intensa de trabalho e estudo. Ela divide seu tempo diário entre a jornada na Maternidade Santa Isabel em Bauru (SP), seu local de trabalho há mais de 30 anos, e as horas de estudo na Faculdade de Tecnologia do Estado de SP, a Fatec, onde frequenta o curso de Sistema de Gestão Hospitalar.

Nessas três décadas, ela acompanhou milhares de partos, tantos que já até perdeu as contas. “Eu brinco que metade da população da cidade passou pelos meus braços, foi recepcionada por mim. Não sei quantos foram ao todo, mas foram muitos partos”, afirma.

Marta saiu com 18 anos do sítio dos pais e foi para São Paulo, onde trabalhou em vários hospitais. A técnica de enfermagem iniciou carreira na maternidade que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 1992, aos 38 anos, e passou por vários setores até chegar na central de parto normal, onde atua hoje. Antes, ela trabalhou como voluntária na antiga Santa Casa de Misericórdia que atualmente é o Hospital de Base em Bauru.

“Me sinto realizada a vir para a maternidade, me traz uma alegria, uma satisfação em poder ser útil nesse momento tão desafiador para essas mulheres, um momento tão belo e difícil, essa travessia entre o trabalho de parto e o nascimento. Transmitir a força que elas precisam, a coragem fazer com que sejam respeitadas as suas vontades e ter uma mão segurando desse processo é que me traz essa realização.”

Nesse período acompanhou partos de gerações de mulheres da mesma família e também passou pela própria evolução do processo de nascimento na maternidade, que atualmente é muito mais humanizado.

“Houve uma evolução muito grande. Quando eu entrei era mais engessado, era mais rígido. Existia um distanciamento entre funcionários e até do profissional médico com o paciente. Hoje, a gente trabalha juntos na questão da empatia, do acolhimento, de forma humanizada e respeitosa. E vejo o quanto eu evolui também nessa função, o quando eu me desenvolvi.

Mãe, avó, profissional e estudante

A rotina de Marta começa cedo, às 7h quando ela sai de casa e vai, de ônibus, para aula na Fatec, que começa às 7h15. De faculdade, onde estuda pela manhã, ela segue, também com o transporte coletivo, para a maternidade, onde trabalha das 13h10 até as 19h.

Alguns dias está de volta em casa por volta das 20h30, em outros chega perto das 21h. O segredo para tanta disposição aos 70 anos recém-completados no dia 4 de março?

“O segredo é a determinação. A gente tem a nossa família, constrói nosso lar, tem nossos objetivos, mas manter o cérebro sempre ativo, faz com que a gente evolua e se mantenha jovem. Embora o corpo envelheça, tem toda a ação do mundo em que vivemos, do ambiente, se a gente sempre aprende, mantém os estudos vai estar com a cabeça jovem. E esse é meu segredo de estar sempre ativa. Não quero nunca parar de estudar”, ensina.

 

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